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Como fica o equilíbrio de poder na América do Sul com à aquisição de drones armados pelo Exército Brasileiro

  • Foto do escritor: Anderson Gabino
    Anderson Gabino
  • 20 de mar.
  • 5 min de leitura

Anderson Gabino


A aquisição de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) armados pelo Exército Brasileiro (EB) trará impactos significativos no cenário geopolítico da América do Sul, alterando o equilíbrio militar da região. O Brasil já possui a maior força terrestre do continente e, com essa modernização, ampliará ainda mais sua vantagem estratégica sobre os países vizinhos.


Como os Drones Armados Afetam a Geopolítica Regional?


Drones armados não são apenas ferramentas de combate – eles representam um salto tecnológico na guerra moderna. A capacidade de conduzir ataques de precisão sem risco para pilotos e tropas coloca o Brasil à frente na corrida pela modernização militar na América do Sul. Isso pode gerar diferentes reações nos países vizinhos, afetando alianças, doutrinas militares e até investimentos em defesa.


Principais Efeitos na Geopolítica Regional



Brasil consolida sua posição como potência militar sul-americana – Com drones armados, o país amplia sua capacidade de dissuasão e defesa. Isso fortalece sua posição como o ator dominante na segurança regional, influenciando negociações e possíveis coalizões militares.


Mudança no equilíbrio estratégico:


Atualmente, nenhum outro país sul-americano opera drones armados de maneira oficial. O Brasil pode inaugurar essa tendência e criar um diferencial tático, colocando pressão sobre seus vizinhos para buscarem meios similares.


Reação dos países vizinhos:


É provável que Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela busquem alternativas para equilibrar essa nova realidade. Podemos esperar:


  • Aumento de investimentos em defesa para adquirir drones similares ou desenvolver programas próprios.

  • Possível busca por alianças estratégicas com potências como China, Rússia, EUA ou Turquia para obter acesso a tecnologias semelhantes.

  • Maior cooperação militar regional para contrabalançar o domínio brasileiro no setor de drones.


Monitoramento e defesa de fronteiras mais eficazes:


O Brasil poderá empregar drones armados para patrulhar fronteiras, reduzindo atividades ilegais, como narcotráfico e garimpo ilegal. Isso pode gerar tensões, especialmente em áreas fronteiriças sensíveis, como a Amazônia.


Mudança na doutrina militar da América do Sul:


Atualmente, a maioria dos países sul-americanos foca suas forças armadas em defesa territorial e combate a ameaças internas (como tráfico e guerrilhas). A introdução de drones armados pode levar a uma nova era de guerra tecnológica na região.


Impacto para a Aviação do Exército (Av Ex)


Aumento da Capacidade Operacional: O EB passará a contar com um meio aéreo de ataque remoto, algo inédito na Av Ex, permitindo atingir alvos com precisão sem expor tripulações a riscos diretos.


Integração com o Campo de Batalha Moderno: Drones armados poderão trabalhar em conjunto com helicópteros e forças terrestres, melhorando a consciência situacional e o poder de fogo disponível.


Redução de Custos e Maior Eficiência: A operação de drones armados é significativamente mais barata do que a de helicópteros de ataque tripulados, o que permitirá maior disponibilidade de meios aéreos.


Capacidade de Dissuasão: O uso de drones armados aumentará a capacidade do Brasil de projetar poder e garantir a soberania nacional, especialmente na vigilância de fronteiras e combate a ameaças assimétricas, como grupos criminosos e guerrilhas.



Comparação com principais Países da América do Sul e suas possíveis reações


Atualmente, poucos países sul-americanos possuem drones armados em suas forças militares. Com essa aquisição, o Brasil se colocará à frente da maioria dos vizinhos no quesito de guerra remota e aviação não tripulados.


Argentina

A Argentina enfrenta restrições orçamentárias severas e um histórico de cortes nas Forças Armadas. O país está Desenvolve drones de vigilância, como o Vigía 2B, mas ainda está longe de possuir drones armados. No entanto, o governo pode buscar alianças com países que ja dominam tal tecnologia, a fim de adquirir drones similares.


Colômbia

A Colômbia já opera drones Hermes 900 e ScanEagle, mas sem armamentos. Com um histórico de conflitos internos contra guerrilhas e cartéis, drones armados poderiam ser uma ferramenta valiosa para ataques de precisão contra grupos como o ELN e dissidentes das FARC. É possível que a Colômbia acelere sua aquisição de drones de combate, possivelmente em parceria com os EUA ou Israel.


Chile

O Chile tem um dos exércitos mais bem treinados da região, mas investe mais em defesa convencional do que em guerra tecnológica. A introdução de drones armados pelo Brasil pode forçar os chilenos a modernizarem sua força aérea com drones similares, provavelmente adquiridos de Israel ou Turquia. A Força Aérea opera drones de monitoramento, como os Hermes 900, mas não tem sistemas armados integrados às forças militares.


Venezuela

O governo venezuelano já declarou possuir drones de combate (o Arpia-1), mas há pouca comprovação da real eficácia dessa aeronave. A introdução de drones armados pelo Brasil pode levar a um aumento da retórica anti-Brasil por parte de Caracas, possivelmente com tentativas de cooperação militar com a Rússia ou o Irã para obter drones mais avançados.


Peru

O Peru tem investido em drones para vigilância, principalmente para combater mineração ilegal e narcotráfico. No entanto, sua capacidade militar ainda é limitada, e o país provavelmente seguirá um modelo de cooperação militar para acessar drones armados no futuro.



Como o Brasil Pode Usar Essa Nova Capacidade Estratégica?


Defesa e Monitoramento de Fronteiras

O Brasil tem uma das maiores fronteiras terrestres do mundo, enfrentando desafios como tráfico de drogas, contrabando e presença de grupos ilegais. Com drones armados, o Exército poderá patrulhar essas áreas com mais eficiência e realizar ataques de precisão contra alvos estratégicos, sem precisar mobilizar tropas.


Maior Capacidade de Resposta em Conflitos Assimétricos

Drones armados são ideais para conflitos de baixa intensidade, como ações contra facções criminosas organizadas em áreas de difícil acesso. Isso pode ser particularmente útil na Amazônia, onde há presença de grupos ligados ao narcotráfico e garimpo ilegal.


O Brasil Liderando uma Nova Era Militar na América do Sul?


Com a aquisição de drones armados, o Brasil pode se tornar pioneiro na introdução de tecnologias de guerra remota na América do Sul, forçando seus vizinhos a modernizarem suas forças armadas. Isso reforça sua posição como líder militar regional e potencializa seu papel em operações de paz e segurança hemisférica.


Se essa aquisição for bem-sucedida e resultar na implantação de uma força operacional de drones armados, o Brasil poderá se consolidar como a potência militar tecnológica da América do Sul, influenciando a segurança regional nas próximas décadas.


Conclusão


A introdução de SARP Categoria 3 armados, colocará a Av Ex em um novo patamar dentro da América do Sul, consolidando o Brasil como líder regional na adoção de drones militares.


Esse avanço garantirá maior eficiência em missões de defesa e segurança, além de projetar poder e reforçar a soberania nacional.


Se essa compra for bem-sucedida, o Brasil pode ser o primeiro país sul-americano a operar uma força de drones armados em larga escala, estabelecendo um diferencial estratégico importante.


  • O autor deste artigo, é Jornalista, formado pela UNICARIOCA. Labuta no meio militar desde 2012. Tendo realizado inúmeras operações com as forças armadas.

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